Para os consumidores que estão no Mercado Livre de Energia, saber o quanto consumiu de energia durante o ano e qual foi o pico de maior consumo é um ponto estratégico para o seu planejamento orçamentário. Para isso, utilizamos uma ferramenta chamada Sazonalização.

O que é e como funciona a Sazonalização 

A Sazonalização é uma ferramenta que permite redistribuir o montante de energia contratada ao longo do ano e, geralmente, é realizada com base no perfil de consumo. É necessário analisar qual mês houve um consumo de energia acima da média para alocar mais energia contratada para esse mês e, para os meses com consumo abaixo da média, é preciso alocar menos energia. A variação que pode ser realizada dessa redistribuição depende do que foi estabelecido com o fornecedor, podendo ter um limite entre 10% e 15%.

Ao longo do ano, o volume de energia não pode ser alterado, ou seja, se em um determinado mês a empresa acrescentou 10% a mais de energia, em um outro mês terá que ser feito uma compensação, colocando 10% a menos, de modo que o total do ano não se altere. Outro ponto importante para ficar atento é a data pré-estabelecida da Sazonalização. Existe uma data entre outubro e novembro, estabelecida pelo fornecedor, para informar essa curva redistribuída, chamada de curva sazonalizada.

Tanto a data limite da Sazonalização quanto a data limite de envio para o fornecedor está definida no contrato, mas caso seja necessário, o cliente poderá contatar seu gestor de energia, que certamente terá isso mapeado.

Em alguns meses o cliente pode ter uma exposição ou uma sobra de energia. Quando acontece do consumo ultrapassar 10% da média, significa que o cliente ficou com uma exposição ao mercado de curto prazo e vai precisar comprar energia. Já no caso de o consumo ficar 10% abaixo da média, significa que o cliente teve uma sobra de energia, que poderá ser negociada no mercado de curto prazo ou liquidada na Câmara Comercializado de Energia Elétrica (CCEE). A Sazonalização é importante para minimizar essas ocorrências e o consumo ser atendido completamente pelo contrato e, consequentemente, não resultar em situações de sobra ou falta de energia.

Previsão de consumo para a Sazonalização 

Ter a previsão de consumo é muito importante para a Sazonalização da sua empresa, mas não saber ou não ter essa previsão é muito comum. Em alguns casos, o cliente não sabe exatamente o quanto vai consumir no mês a mês, mas sabe que o perfil da fábrica não vai se alterar, para esses momentos pode ser usado o histórico dos últimos 12 meses e replicar para o futuro, então assim, mantemos a mesma projeção de consumo.

Outro exemplo relevante: o consumidor não conhece previamente qual vai ser o pico de consumo da sua empresa, não possui estipulado qual será o mês com o consumo mais elevado. Nesses casos, a melhor estratégia seria manter a Sazonalização um pouco mais flat (curva constante durante o ano todo e todos os meses tem uma quantidade média de energia) para não correr o risco de colocar menos energia em um mês que irá ter um pico de energia e assim, gerar uma exposição alta no mercado de curto prazo.

Em casos de processos produtivos, quando o consumo durante a safra é, em muitos casos, quatro vezes maior do que o período de fora safra, só a Sazonalização não é o suficiente. É necessário fazer uma contratação escalonada, ou seja, contratar um montante de energia diferenciado por mês ao longo do ano.

É importante que o cliente avise o seu gestor sempre que tiver alguma alteração no consumo, projeção de redução ou aumento de consumo para os próximos meses ou ano.

Para entender o perfil de consumo de uma empresa, é preciso analisar qual o mês que o cliente consome mais energia e, qual mês consome menos energia.

Pontos importantes da Sazonalização

Entre outubro e novembro, é o momento ideal para rever com o seu gestor a sua previsão de consumo para analisar se será necessário realizar alguma estratégia diferenciada, como por exemplo: um cliente está com um projeto de eficiência energética que será completamente instalado em junho e, com isso, está prevendo que no segundo semestre seu consumo irá reduzir em 20%. Diante disso, o gestor irá considerar na Sazonalização para alocar menos energia ao longo do segundo semestre do ano.

Outro ponto importante é verificar com o gestor a data limite do contrato, para enviar a curva sazonalizada, pois caso o fornecedor não receba até a data especificada, ele irá considerar a distribuição flat. A maioria dos prazos estão entre o final dos meses de outubro e de novembro, mas cada fornecedor tem o seu prazo.

Conexão entre a Sazonalização e a Projeção Orçamentária 

A Projeção Orçamentária está vinculada, também, à projeção de consumo, uma vez que o cliente tem a projeção de consumo definida para o próximo ano, ele consegue fazer a projeção orçamentária, pois a maioria dos custos de energia são vinculados diretamente com o consumo.

Dentre os custos de energia do Mercado Livre, possuímos quatro principais custos:

  • Custo de energia: é referente ao custo com o fornecedor de energia, esse preço é estabelecido no contrato e somente sofre reajuste pela inflação (IPCA ou IGPM).
  • Custo de fio: é relacionado ao custo da distribuidora local, e conta com uma parcela fixa referente à demanda contratada, que não varia de acordo com o consumo, , o valor da TUSD, que varia de acordo com a projeção de consumo do mês a mês. São tarifas reguladas e tarifas que sofrem reajustes anuais, de acordo com o aniversário da distribuidora (cada distribuidora possui uma data de reajuste).
  • Custo de encargos da CCEE: são custos dos encargos setoriais e contribuição associativa, que são pagos na conta do Banco Bradesco e são vinculados diretamente ao consumo.
  • Custo da Gestão: este custo é o valor que o cliente paga pelo gestor de energia, geralmente é um custo fixo, mas pode ser variável ou de acordo com o consumo.

Uma das vantagens do Mercado Livre de Energia é trazer previsibilidade para o orçamento. Uma vez que, a maior parcela que é a da energia, corresponde em torno de 65% dos custos totais, ela é vinculada a inflação, seguido do custo da distribuidora que gira em torno de 30%, e os custos da CCEE e de Gestão, que somam 5% do custo total de energia.

Custo Projetado x Custo Realizado

Um fato que pode influenciar o custo projetado do custo realizado, é uma diferença do consumo que você projetou no ano anterior e o consumo realizado nos meses. No gráfico abaixo, a barra azul mais clara representa o que o cliente tinha projetado e a barra azul mais escura representa o que foi realizado. Por exemplo:  em janeiro não estava sendo previsto uma exposição no curto prazo, pois o contrato não estaria suprindo toda a necessidade do cliente, o realizado acabou sendo diferente do orçado, pois teve uma exposição e um consumo maior e a parcela da distribuidora também aumentou, pois, uma parte dela é vinculada ao consumo.

 

Segundo ponto importante que pode alterar, são os reajustes da distribuidora, fazendo um orçamento agora para o ano de 2020, o cliente terá as tarifas das distribuidoras definidas até outubro de 2020, portanto só terá três meses onde as tarifas que estão projetando são tarifas projetadas. As tarifas das distribuidoras têm vários componentes que não são diretamente reajustados com a inflação, sempre vai ter uma diferença do que foi projetado no ano anterior para o que foi realizado, apesar de ser uma diferença pequena e corresponder 30% do custo total, essas diferenças podem acontecer.

Lembre-se, sempre que tiver alguma uma dúvida do que orçou ou realizou, é importante que entre em contato com o seu gestor.

Webinário Comerc Explica

Em outubro, fizemos um Webinário com o tema “Sazonalização e Planejamento Orçamentário”. Nossos especialistas Thiago Vorallis, Executivo de Relacionamento, e Juliana Nakamura, Coordenadora de Relacionamento, falaram sobre esse assunto.

Confira o vídeo completo no nosso canal de YouTube e inscreva-se para acompanhar os próximos assuntos.

 

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