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Quais os setores no Brasil mais consomem no ACL, ou Mercado Livre de Energia, e por quê?

Escrito por Comerc Energia | 26/11/2025

A migração para o Mercado Livre de Energia não é aleatória. Este guia revela quais são os setores do ACL no Brasil que mais consomem energia nesse ambiente e por que a intensidade energética, a busca por previsibilidade de custos e a competitividade global são os grandes motores dessa transformação.

Em 2023, segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL), empresas integrantes dos principais setores do ACL no Brasil movimentaram um volume de energia que gerou uma economia de R$ 48 bilhões. No final de 2024, eles já representavam 43% do consumo elétrico no país. 

Por trás desses números expressivos estão segmentos estratégicos da economia que encontraram no Mercado Livre de Energia (MLE) a flexibilidade necessária para transformar custos energéticos em vantagem competitiva.

Para compreender quais setores lideram este mercado, detalhamos neste artigo quais os maiores consumidores de energia no ACL, os motivos dessa liderança e como soluções de eficiência energética e gestão especializada podem transformar o consumo em competitividade e resultados sustentáveis.

O que é o Mercado Livre de Energia (ACL)?

O Mercado Livre de Energia (MLE), também chamado de Ambiente de Contratação Livre (ACL) revolucionou a forma como empresas compram eletricidade. Ao possibilitar a escolha do fornecedor, negociar preços, volumes e prazos, o ACL rompe o modelo tradicional e dá autonomia ao consumidor, permitindo contratos sob medida e acesso a fontes renováveis.

Com a abertura do Mercado Livre de Energia, empresas conectadas à alta tensão do Grupo A com demanda superior a 2 MW ou consumo médio mensal acima de R$ 8 mil podem migrar para esse ambiente.

Diferença essencial em relação ao mercado regulado

No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), as distribuidoras locais definem tanto o fornecimento quanto o preço da energia, com tarifas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) através de revisões periódicas.

O ACL inverte completamente essa lógica. Consumidores livres negociam diretamente com geradores, comercializadores ou importadores; estabelecendo preços, prazos e condições contratuais personalizadas.

A diferença vai além do aspecto tarifário. No mercado regulado (ACR), reajustes anuais podem superar 20% em anos recentes. Já no ACL, contratos de médio e longo prazo oferecem estabilidade de preços que facilita planejamento orçamentário e aprovação de investimentos por conselhos administrativos.

Por que grandes consumidores migram para o ACL?

A motivação primária é a redução de custos energéticos, que pode chegar até 30% em comparação ao mercado regulado. Para operações intensivas em energia, essa economia representa milhões de reais anuais reinvestidos em modernização ou competitividade.

Além disso, o ACL oferece previsibilidade tarifária através de contratos plurianuais com preços fixos ou indexados, fundamental para setores que precisam apresentar projeções financeiras consistentes.

Quais setores que mais consomem energia no Brasil?

Os principais setores do ACL no Brasil são compostos por indústrias que precisam de fornecimento contínuo, confiável e de grande volume. A seguir, detalhamos os principais setores.

Mineração e siderurgia

A mineração e a siderurgia lideram o consumo por conta do uso intensivo de fornos elétricos, equipamentos de extração e beneficiamento. Empresas desse setor buscam contratos de longo prazo no ACL, garantindo previsibilidade de custos e segurança para grandes projetos.

Papel e celulose

O setor de papel e celulose utiliza energia para processos de cozimento, secagem e tratamento químico. A autoprodução de energia a partir de biomassa de resíduos florestais é comum, permitindo reduzir custos e atingir metas de sustentabilidade. O ACL oferece a flexibilidade necessária para combinar energia convencional e renovável de forma eficiente.

Químico e petroquímico

Empresas químicas e petroquímicas operam continuamente com equipamentos sensíveis a variações de energia. Contratos no ACL oferecem estabilidade e preços competitivos, garantindo que a produção não seja interrompida e os custos permaneçam previsíveis.

Agronegócio e alimentos

O agronegócio consome energia para irrigação, refrigeração, processamento e armazenagem. A adoção de fontes incentivadas, como a energia solar e de biomassa, reduz custos e reforça o compromisso ambiental, especialmente relevante para exportações.

Outros setores em destaque

Setores como construção civil, varejo de grande porte e saúde também se beneficiam do ACL. Hospitais privados, por exemplo, buscam previsibilidade e confiabilidade, fatores muito importantes para operações críticas como UTIs e centros cirúrgicos.

Por que esses setores lideram o consumo no ACL?

A liderança desses setores no ACL é resultado direto do perfil de consumo, intensidade produtiva e necessidade de adaptação competitiva das empresas brasileiras. Além disso, outros três fatores se destacam, como mostramos a seguir.

Intensidade energética das atividades

Suas operações demandam um alto e contínuo volume de energia. Para essas indústrias, uma pequena variação no preço da eletricidade pode significar milhões em custos adicionais. A previsibilidade de um contrato no ACL é um pilar estratégico para a saúde financeira do negócio.

Busca por previsibilidade e redução de custos

A volatilidade das tarifas do mercado regulado é um grande risco para o planejamento orçamentário. As empresas atuantes nos setores do ACL no Brasil, podem manter o preço por anos, garantindo previsibilidade orçamentária e permitindo um planejamento financeiro de longo prazo com maior segurança.

Competitividade e gestão de riscos

Em mercados globais e altamente competitivos, o custo da energia impacta diretamente o preço final dos produtos. O ACL oferece ferramentas para reduzir riscos, tanto financeiros quanto operacionais, ao alinhar contratos e garantir fornecimento qualificado (mesmo em momentos de instabilidade no sistema regulado).

Relação entre fontes de energia e consumo setorial

Fontes convencionais vs. incentivadas

As fontes convencionais (usinas hidrelétricas e termelétricas) são geralmente mais competitivas em termos de preço. Já as fontes incentivadas (eólica, solar e biomassa) oferecem descontos na tarifa de distribuição, tornando-as uma opção financeiramente atraente, além de favorecer políticas ESG (Ambiental, Social e Governança).

Estratégias de contratação por perfil de setor

Cada segmento ajusta sua estratégia conforme o perfil de consumo e os objetivos organizacionais. Para os principais setores do ACL no Brasil, essas são boas estratégias a serem consideradas:

  • Mineração e siderurgia: contratos de longo prazo, priorizando estabilidade de fornecimento;
  • Papel e celulose: autoprodução e biomassa para reduzir custos e emissões;
  • Químico e petroquímico: contratos híbridos, equilibrando previsibilidade e flexibilidade;
  • Agronegócio: forte adesão à energia incentivada, com foco em sustentabilidade e redução de custos;
  • Outros setores: hospitais, redes varejistas e universidades adotam modelos flexíveis, a exemplo da assinatura de energia solar e contratos híbridos, com foco em custos previsíveis e facilidade de migração.

O papel da Eficiência Energética e da gestão especializada da Comerc

A Comerc entende que a gestão de energia não se trata apenas de migrar para o ACL. Setores com rotina intensa precisam de gestão estratégica e suporte técnico em todas as fases de seu projeto de Eficiência Energética.

Com a nossa parceria, sua empresa garante os benefícios abaixo.

Redução de desperdícios e maior previsibilidade

Através de sistemas de Telemetria e monitoramento em tempo real, a Comerc identifica oportunidades de economia e otimiza o consumo energético. Isso permite que as empresas ajustem processos, reduzam perdas e evitem gastos desnecessários, garantindo maior controle sobre o orçamento. 

ESG e sustentabilidade no consumo corporativo

Para empresas com metas de descarbonização, a Comerc oferece suporte completo, da certificação I-REC à elaboração de um plano estratégico para a redução das emissões de carbono. 

Como a Comerc apoia setores intensivos em energia

A Comerc atua como parceira estratégica, acompanhando toda a jornada energética do cliente. Isso inclui desde a migração para o ACL até a implementação de projetos de eficiência, modernização de equipamentos e sistemas de armazenamento inteligente.

Quer saber mais? Conheça nossas soluções para o Mercado Livre de Energia e inicie sua jornada de transformação energética com a gente.