Segundo Índice Comerc, setor apresentou queda de 20,12% em março, com medidas preventivas à pandemia do novo coronavírus

As medidas de isolamento social implementadas em todo o país como parte da estratégia de contenção da pandemia de covid-19 tiveram impacto direto no setor elétrico. No mercado livre, o consumo de energia em março recuou 3,79% na comparação com fevereiro. É o que aponta o Índice Comerc, que apura o consumo de energia nos 11 principais setores econômicos.

A interrupção das atividades por diversas empresas e indústrias a partir da segunda quinzena do mês foi determinante para a queda. O maior impacto foi sofrido pelo setor Comércio e Varejista, cujo consumo de energia recuou 20,12% – índice que, apesar de significativo, está abaixo das maiores quedas registradas nos últimos meses (como é o caso de Veículos e Autopeças, cujo consumo de energia recuou 29,30% em dezembro/2019).

Dos 11 setores analisados, três apresentaram aumento no consumo de energia – Papel e Celulose (0,87%), Alimentos (0,08%) e Siderurgia e Metalurgia (0,03%) –, o que também pode estar relacionado ao cenário específico de pandemia.

“O aumento na procura por papéis para fins sanitários e embalagens elevou a demanda por celulose em todo o mundo, o que justifica o aquecimento do setor durante esse período. Já no caso dos alimentos, com os restaurantes fechados e a maior parte da população em casa, as atividades do setor foram intensificadas – inclusive para evitar o risco de desabastecimento, uma das preocupações no início da pandemia”, afirma Marcelo Ávila, nosso vice-presidente do grupo Comerc.

As previsões de queda no consumo de energia, tanto no mercado livre quanto no regulado, estão em linha com a projeção de queda de 0,9% da carga do país para 2020 na revisão quadrimestral, anunciada recentemente pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Para Ávila, “há uma relação direta entre o consumo de energia e o desempenho econômico do país. Com a pandemia, as perspectivas de crescimento econômico foram revistas e, com o PIB próximo de zero, o comportamento da carga também deve recuar”.

Para o executivo, o momento é de diálogo e planejamento. Ávila estima que, com a pandemia estabilizada e a retomada gradual das atividades, muitas empresas buscarão opções para redução de custos – o que pode ser uma oportunidade para o setor de energia.

“A queda da demanda deverá gerar, também, a redução nos preços de energia no mercado livre, tornando o custo-benefício da migração ainda mais atraente. Além disso, esperamos um aumento na procura por soluções de eficiência energética e formas alternativas de energia, como solar e baterias, capazes de proporcionar uma economia significativa na conta de luz das empresas”, conclui.

Com a queda de consumo e aumento de inadimplência, o governo já tomou medidas anticrise para consumidores livres e distribuidoras. Gravamos um Comercast com nosso diretor de Novos Negócios, Arnaldo Nashiro, sobre essas iniciativas. Confira:

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