Reservatórios estão com nível abaixo do esperado para época do ano e isso impacta o preço da energia

Existem diversos indicadores que impactam o preço da energia elétrica no Brasil. Um deles, e um dos mais importantes, é o nível de chuvas no país, que está ligado diretamente ao nível de armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas e também ao nível de afluência natural dos rios.

Mas o que nem todo mundo sabe é que não basta chover, precisa chover nos lugares certos. Isso significa que, muitas vezes, as chuvas que presenciamos nas grandes cidades não têm efeito nenhum no nível dos reservatórios.

Mesmo com as intensas chuvas desde os primeiros dias de 2020 em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, os reservatórios das hidrelétricas do submercado Sudeste/Centro-Oeste registram 21,32% da capacidade máxima – nível mais baixo para essa época do ano desde 2015, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O Sistema Interligado Nacional (SIN) tem, atualmente, 289.955 MWmês de capacidade máxima de armazenamento nos reservatórios. Só o Sudeste/Centro-Oeste é responsável por 202.691 MWmês, o que representa 70% de todo país. Em seguida, vem o Nordeste com 18%; o Sul, com 7%; e o Norte, com 5%.

Para quem tem interesse em acompanhar, o site do ONS atualiza esses números diariamente com todos os dados oficiais.

Matriz energética prevalece com hidrelétricas

De acordo com os últimos dados divulgados pelo ONS, a matriz energética do Brasil ainda depende muito de fontes hidráulicas. Em 2018, 67,6% da capacidade instalada no sistema eram de hidrelétricas, mas esse número tende a cair com o aumento da presença de renováveis e com o armazenamento de energia elétrica.

                Leia também: Comerc Energia se une à Micropower para oferecer serviço de armazenamento de energia elétrica em baterias no Brasil

Fonte: Operador Nacional do Sistema (ONS)

Mas o sistema elétrico é controlado de modo que uma região preserve o abastecimento da outra quando necessário. Segundo uma matéria divulgada na semana passada pelo jornal Estado de Minas, o diretor-geral do ONS, Luiz Barata, afirmou que as usinas da região Norte estão responsáveis, nesse momento, por suprir a demanda do Sudeste/Centro-Oeste.

Por que os preços aumentam quando não chove nos reservatórios?  

Uma vez que a matriz energética brasileira depende muito da capacidade de armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas, quando não chove nesses locais o preço da energia tende a subir.

Isso acontece porque, com o nível muito baixo, é necessário acionar as usinas térmicas para suprir toda a demanda do consumo de energia do país. Por ser uma fonte mais cara, isso aumenta o custo da operação.

Essas oscilações atuam sobre o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que influencia os preços praticados nos mercados cativo e livre. Nas tarifas do mercado cativo, uma alta no custo da operação pode ser repassada aos consumidores imediatamente por meio das Bandeiras Tarifárias e dos reajustes anuais e extraordinários.

De acordo com a MegaWhat, as bandeiras tarifárias é, na prática, um mecanismo que ajuda a preservar o caixa das distribuidoras, repassando as variações de preço para os consumidores. Confira todo o estudo sobre Bandeiras Tarifárias na plataforma de inteligência.

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